15.10.07

Apetite


O apetite é um desejo que deve ser estimulado. Sem apetite, a vida fica sem graça, sem sabor, sem gosto. Não dá vontade de provar, experimentar os desafios.

Ah! A vida tem sabor e a fome é um ingrediente indispensável para descobrir e reencontrar o prazer diariamente. Existe fome e sede de justiça, fome de bola, fome de leão e tantas outras que instigam, provocam, desencadeiam reações, apetecem o paladar, confortam, transformam, renovam.

Recentemente, amarguei uma semana sem apetite. Parecia outra pessoa. Não tinha a mesma disposição sem apetite. Na sexta-feira, recobrei a fome e preparei um menu especial com produtos que trouxe do evento Terra Madre (Brasília): arroz vermelho (Vale do Piancó/PB) com feijão Canapu (Piauí), salada de folhas (horta da casa dos meus pais), queijo coalho na brasa e carne temperada com leite à moda do seu Pacheco (meu pai). Simplesmente devorei com vontade, com apetite... com ânimo. Tive certeza de que estava recuperada. Como é bom ter apetite para saborear com prazer tudo que a terra-mãe nos proporciona.

E no domingo, preparei um bolo com a castanha de Bauru, conhecida como castanha do cerrado, que também veio na bagadem de Brasília. A origem é de Pirinópolis (GO). Bati o leite com a castanha e acrescentei à mistura da massa básica do bolo. A cor ficou linda, em tons de marrom. E o sabor também. Ah, como é bom ter apetite! Não dá para cozinhar sem apetite e acho que também na dá para viver. Seja qual for o seu objetivo, tem que ter muita fome. E, no meu caso, não dá para escrever sem apetite “O principal requisito para se escrever bem sobre comida é ter um bom apetite”, A. J. Liebling.

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