29.12.06

De domingo a domingo, 24 horas por dia.... é Dia de Feira!

A feira é um lugar de encontros onde circulam pessoas, moedas, alimentos e sorrisosLugar de colheita fresca e farta que alimenta o corpo e a alma
Lugar de novidades e negóciosLugar de provar, experimentarLugar de companheiros e concorrentes
A feira é um lugar de descobertas das melhores safras No vaivém de pessoas e troca de reais por mercadoriasA frenética correriaE o ecoar das vozes forma uma sonoridade viva e contínuaEm meio a essa melódica balbúrdia, descobre-se frutas, ervas, verduras, que vão para a mesa como um troféu, uma conquistaSensação deliciosa é voltar da feira abarrotado de sacolas e transformar essas relíquias, escolhidas a dedo, selecionadas criteriosamente, para alimentar quem se ama.

Dizem que feira é um lugar de desordem, mas é no meio dessa movimentação que se encontram jóias comestíveis, assim como na vida. Nessa agitação, temos que arrancar raízes, plantar sementes, frutificar, florescer, colher, desfrutar e apresentar, como feirantes, nossas variedades de flores e frutos

Se comida é memória, a feira é o banco de dados autalizadíssimo, depósito confiável de sabor e emoção. Lugar de relembrar o passado, viver o presente e aguardar o futuro.... a colheita, a época certa, assim como na vida.

Que o ano de 2007 seja uma feira livre, diversificada, saborosa, cheia de conquistas esperadas e surpreedentes. Que sejam segundas, terças, quartas e quintas feiras fartas!Que seja o ano de sua melhor colheita sob uma estação constante de abundância. Que sua feira seja aberta a todos, onde se possam dividir frutos e plantar tantos outros. Ah! E não se esqueça de colocar uma pimentinha....


Feliz 2007!

28.12.06

Dia do chocolate e da comida vegetariana

Hoje nos Estados Unidos é dia o dia do Chocolate e da comida vegetariana. Que contraste!

Esse ano tive uma grata surpresa em relação à comida vegetariana ao ler o livro Arqueologia Culinária da Índia, da Fernanda de Camargo- Moro, uma arqueóloga apaixonada pela Índia e por comida. Baseada em suas constantes viagens àquele país a trabalho, ela mapeou a gastronomia indiana de forma envolvente. Através desse livro, passei a admirar esta culinária que pouco conhecia. Fernanda traduziu com tanta paixão esta cultura, que cheguei em alguns momentos a ficar com água na boca com a descrição de certos pratos vegetarianos. O perfume, os sabores frescos, o zelo, a preparação e todo ritual dão aos ocidentais um exemplo da importância de ter firmada sua identidade culinária. Entre as explicações, Fernanda diz que os Jainas são vegetarianos mais rigorosos e que representam apenas 5% da população. Entendi que a culinária indiana é saudável, saborosa e feito por pessoas apaixonadas por sua cultura.

Sobre os vegetarianos, Alexandre Dumas tem uma irônica declaração: ”São os bois os destinados a comer capim e concorrer ao título de boi gordo”.

Qto ao chocolate.... esse é irresitível! Como chocolate quase todos os dias e não me faço de rogada quando vem aquela vontade de fazer brigadeiro e devorar às colheradas na panela mesmo. Tem um livro que saiu recentemente sobre chocolate.... ainda não tive a oportunidade de ler.

27.12.06

Rádio Comida

Olha que idéia bacana! uma grupo teatral lá de Sorocaba (SP) anima as noites da cidade fazendo paródias de tudo quanto é ritmo só que falando de comida. Um barato. Criativo e gastronômico. Assim, Cássia Alho, Caetano Cremoso, Café Ramalho, Sidney Mingau e Batata Quebra Barraco divertem quem vai curtir uma noitada e ser supreende com a atuação de Fernando Kudder (voz), Juan Lomardo (voz e violão) e Alexandre Franklin, o Ovelha, (voz).

Se a pedida é Alceu Valença, o famoso verso “na bruma leve das paixões que vem de dentro”, se transforma em “a clara em neve dá aqui que eu vou batendo”, de Alceu Polenta.E a clássica “Lanterna dos Afogados”, do Paralamas do Sucesso, ganha uma versão mais suculenta: “Eu tô com a panela dos refogados, eu tô cozinhando, vê se não deixa queimar”.

A comida está na arte, é só buscar que encontra.

Quero ver comida no cinema, nas artes plásticas, na dança, no teatro, na TV e em qualquer manifestação artística que tenha como tema o ser humano. Quer sentimento mais viceral do que a fome?




15.12.06

Bolo em homenagem a África só para japonês ver

Quem acha que japonês só gosta de comida crua, está muito enganado. Além de demonstrar impecável zelo pela sua alimentação, eles a exibem como verdadeiras jóias, como esta, exposta na loja Hello Kitty.A loja Hello Kitty, localizada em Osaka, no Japão, está vendendo um bolo de chocolate de Natal cravejado com 100 diamantes (cerca de 50 quilates). Com 35 centímetros de altura, o doce foi concebido para representar a África. O bolo exclusivo custa 100 milhões de yens (R$ 1.820.700,00). Para que a homenagem à África seja realmente justa, a renda desta iguaria gastronômica, deveria ser doada para os africanos.

8.12.06

Sushi, o sabor milenar; japão, a gastronomia exemplar

Parafaseando nosso poeta Vinícius de Moraes, que me desculpem os franceses, mas a culinária japonesa é exemplar. A forma como o japonês lida com a comida é fascinante. Até nos pratos mais simples, é possível observar o zelo impecável, que se reflete em todas as atividades. Os japoneses, afinal, são conhecidos pela paciência, perseverança, riqueza nos detalhes e... paixão pela comida. O livro Suhsi, o sabor milenar relata a experiência de um brasileiro que se encantou com com a gastronomia nipônica e se empenhou em compartilhar de forma acessível e atraente a alimentação no japão. Muitas coisas me chamaram a atenção e, se já tinha uma ídéia desse perfil japones, após o livro fiquei convencida de que o Japão é uma grande potência porque tem uma identidade alimentar bem definida e sabe dar valor à sua terra. Temos muito a aprender com eles, não a fazer sushis ou sashimis (pode ser também), mas a levantar a bandeira do que é essencial.

Tudo em um sushi-ya (especializado em sushi) tem relação direta com a comida, tudo pode influenciar e colaborar para criar um ambiente propício a explorar o máximo de sabor.

Desde à escolha dos ingredientes sempre frescos, o corte, a postura do itame-san( preparador de sushi. Sushiman é uma forma americana abominável pelos japas) a forma de preparo dos ingredientes, a apresentação, a alegria em servir, o sincronismo coreográfico dos pratos tem uma razão de ser e me apeteceram. Não sou ainda uma apreciadora rendida desta comida, mas confesso que minha boa se encheu d'água em muitos trechos do livro.

Não vejo a hora de adentrar neste universo fascinante da culinária japonesa. Ainda pretendo me alongar neste tema, mas por enquanto deixo a frase do Sérgio Neville para reflexão: "O prazer e a degustação inteligente, porém, estão na fruição do autêntico, e não no tamanho do prato ou da conta".

E viva a gastronomia nacional!